Ainda existe discussão sobre esse tema e agora quero descomplicar e trazer informações relevantes.
Primeiramente é necessário saber diferenciar o açúcar diretamente do alimento e o açúcar de adição. Sempre ensino aos pacientes a leitura de rótulos dos alimentos. O maior problema é realmente o açúcar de adição, contidos, principalmente em bebidas açucaradas, achocolatados, bolachas recheadas, refrigerantes, sucos…
Porém, as preparações com açúcar natural, como tâmara, uva passas também não devem ser em excesso, pois, por mais que sejam mais saudáveis também expõem a criança ao paladar doce.
Sempre acho válido deixar as preparações doces para momentos específicos, alguns convívios sociais. Não é certo doce todo final de semana, infelizmente a sociedade normalizou essa situação. Expliquem de forma clara e tranquila para a criança sobre limites, elas surpreendem, entendem e ficam felizes com as orientações. A educação alimentar é investimento para toda a vida. Acreditem, vale muito a pena.
Ainda, ressalto, que as crianças já nascem com uma preferência pelo sabor doce porque o leite materno e a fórmula possuem um sabor mais ameno. Isso, mostra, que é ainda mais importante aumentar o repertório alimentar, desde a introdução alimentar.
Hoje, é indiscutível, pelas sociedades de pediatria mundiais, que devemos esperar até dos anos para oferecer açúcar. Porém, vale manter a atenção. Não é porque fez dois anos que a criança deve comer. Quanto mais tempo esperar melhor e a quantidade deve ser limitada, inclusive para adultos.
De acordo com o último relatório da Unicef, 1 a cada 3 crianças não estão crescendo de forma adequado e 1 em cada 5 crianças no mundo estão com sobrepeso.
Existem diversos problemas de saúde que estão aumentando na população infantil e que estão diretamente ligados ao consumo excessivo de açúcar: hiperatividade, TDAH, alteração do padrão de sono, déficit de crescimento, obesidade, resistência a insulina, diabetes, esteatose hepática e, até mesmo, mudança de pressão arterial.